18/04/2008

Deus é Amor

"Já ouviste certamente falar nas três virtudes teologais. Mas não te deixes enganar! Fizemos da “virtude” uma coisinha muito efeminada, piedosa, que molda rostos esbranquiçados e pinta auréolas sobre as cabeças. Mas “virtude” significa literalmente força. Sim, força, dinâmica, iniciativa, risco. Experiência interior que nos transfigura e nos dá rosto, palavras e gestos proféticos.

As três virtudes teologais são a Fé, a Esperança e o Amor. É o tripé da nossa força renovada, da dinâmica profética da nossa vida que brota das experiências fundamentais da nossa relação com Deus, em Jesus Cristo.
Fazemos a experiência da Fé como resposta agradecida ao Deus que é digno de confiança, aquele que se compromete naquilo que promete, aquele que é o primeiro a ter Fé em nós, a comprometer-se connosco, a dar-Se por inteiro como Palavra e Vitalidade para que cada um de nós chegue a ser a plenitude a que está chamado. A Fé Teologal, a que brota de Deus e nos faz ao seu jeito, a Fé Cristã, a que é fruto do Baptismo no Espírito, é infinitamente mais do que uma crença religiosa numa qualquer divindade. É uma relação de confiança, segurança e construção pessoal, que brota da experiência de Deus ser fiável, digno de Fé, por ser Amor e nada mais senão Amor. É digno de Fé e confiança porque é todo-poderoso no Amor. Pode tudo o que o Amor pode, mas só pode o que o Amor pode…

Quando experimentamos Deus assim, como não confiar? Tudo se transforma, tudo se saboreia de uma maneira nova, na certeza de que deixa de haver para nós montanhas intransponíveis e inimigos invencíveis. “Em verdade vos digo: se tiverdes Fé, direis a esta montanha: muda-te daqui para acolá, e ela há-de mudar-se e nada vos será impossível.” (Mt 17, 20)
Vês o que nos diz Jesus? Tornamo-nos fortes! Discípulos de Cristo, dinamizados pelo Seu Espírito, alimentados pela Sua Palavra, tornamo-nos verdadeiramente fortes, porque temos o coração enraizado na Esperança. Mas uma Esperança Teologal, uma Esperança que brota da experiência de Deus e que nos faz ao Seu jeito... É muito mais que um “optimismo religioso” de salvação depois da morte. É viver a certeza experimentada de que Deus é absolutamente fiel. Fiel é o Seu Nome, verdadeira é a sua Palavra, invencível é o seu Amor por mim. Porque Deus é Amor não desistente, a definitiva palavra da nossa vida, podemos escutá-la desde já da Sua boca, se serenarmos o nosso coração:

“Amo-te! Sonhei-te para seres pleno em Mim, comigo e como Eu. Eu sou a Tua plenitude e felicidade, nasceste um dia para ires renascendo todos os dias. Nasceste. Agora renasce, porque amanhece um novo dia. Renasce porque amanhece. Renasce de novo, porque de novo amanhece. E um dia, acontecerá o teu último amanhecer, e nascerás de novo, definitivamente. Nascerás de novo e nascerás novo, porque Eu faço novas todas as coisas. Não crês? Olha que Eu sou Amor. Eu te prometo que, em mim, a Tua história há-de ter o final das histórias simples das crianças: ‘viveram felizes para sempre’. Porque Eu sou Amor.”Apaixona-me dizer “Deus é Amor”. Deus é Amor, Deus é Amor, Deus é Amor!!!! E não penses que é uma mania minha. Se quiseres, quando muito, é uma mania d’Ele. É Amor e não é senão Amor! É a plenitude do Amor Apaixonado, como revelou Jesus Cristo, o Apaixonado.

Por isso é que me custa entender que o Amor, até no seio do cristianismo se tenha tornado tão “light”, tão morno! O Amor Teologal, aquele que brota da experiência de Deus e nos faz amar ao Seu jeito, não é uma piedade religiosa, de dizer belas palavras e dar esmolas a vagabundos e a pobres desconhecidos, sobretudo quando queremos que assim continuem, desconhecidos...
É descobrir que somos a medida do que amamos, que o Amor nos arregaça as mangas e põe tudo em causa. É, de uma vez por todas, perceber que só vale verdadeiramente a pena viver quando se está disposto a morrer para si mesmo, e para as suas “coisinhas”. Deixar que Deus, na Sua Palavra e na acção do Seu Espírito, seja em nós o protagonista e nos conduza sem medo a amar de verdade, optando por viver com todos em atitudes de bem-querer e serviço generoso.
O Amor de Deus experimentado, iniciativa de Graça, faz-nos explodir em Amor Teologal, resposta de gratidão, ao darmo-nos conta de que é possível vencer todas as formas de pecado, que se veste sempre com a máscara do egoísmo. Rejubilamos de alegria, ao descobrir que só o Amor nos sacia todas as fomes profundas do coração. Só o Amor tem resposta para todas as perguntas que procuram o sentido para o que somos e fazemos. Só o Amor sabe o segredo para curar tantas feridas e arranhões que pelos caminhos da vida nos vão fazendo chorar alguns passos mal andados.

Parece que vivemos num tempo, em que está na moda uma espécie de “meio ser”... Tudo se vive a pouco mais que “meio-gás”; preferem-se as instalações às transformações. Habituamo-nos desde cedo e sem esforço a encolher os ombros resignados a tudo o que não quereríamos que fosse assim! E depois, calçamos as nossas pantufas, sentamo-nos ao borralho morno dos instalados, enterramos a vontade de mudar nos silêncios dos nossos sofás e passamos pelas brasas para esquecer que, lá fora, há um mundo à espera de nós para mudar.

Viver a dinâmica do Baptismo no Espírito de Jesus Ressuscitado faz-nos renascer para o feliz combate de viver, descalça-nos todas as pantufas, desinstala-nos de todos os sofás e desperta-nos para os desafios a enfrentar e derrotar. Fazer a experiência de Deus é deixar-se surpreender pela maravilha inesperada do Seu Amor, que nos agarra por dentro e nos eleva acima do “rés-do-chão” da Vida, alarga-nos o horizonte do coração e, finalmente, descobrimos a alegria!
E eu te garanto, amigo: quando o coração da gente se treina na Fé, na Esperança e no Amor ao jeito de Jesus, parece que nos nascem raízes nos pés! Enraizamo-nos na Vida, tornamo-nos firmes e fortes, alimentamo-nos do mais profundo que a Vida tem para nos dar, e ganhamos um rosto novo, gestos novos, palavras novas. Tornamo-nos discípulos do Carpinteiro de Nazaré e profetas em seu Nome.
E ainda que te soprem ventos fortes e contrários, ainda que te ameacem com a morte, não temas amigo!

Tu tens raízes, e as árvores morrem sempre de pé."

13/04/2008

Dia Diocesano da Juventude

Ontem, dia 12 de Abril, ocorreu o VI Festival do Dia Diocesano da Juventude, acolhido este ano, pelos amigos de Pinhel. O nosso grupo de jovens fez-se representar por seis elementos, sendo que um deles se encontrava entre os membros da organização pelo grupo de missionários Guard'Africa. Partimos às 12.30 e dirigimo-nos até à cidade hospedeira juntamente com alguns jovens da catequese e com membros de grupos de jovens da Covilhã.
Ao chegarmos, um pouquinho atrasados (devemos dizê-lo) já muitos jovens se encontravam no recinto junto à Residência dos Estudantes, ainda que o tempo não estivesse de todo agradável. Fomos acolhidos com boa disposição e muita música por alguns dos elementos da Banda Jota que se encarregaram de animar o pessoal durante o acolhimento.


Acolhimento no Largo dos Combatentes, em Pinhel


A Eucaristia , que contou também com a presença do Bispo da Diocese da Guarda, foi celebrada pouco depois e, apesar da chuva, muitos foram os que participaram na Missa que se deu pelas ruas da cidade e que terminou na Escola Secundária de Pinhel. Terminada a celebração, foi chegada a altura de participar nos vários ateliers que este ano se subordinaram ao tema "ser mais é dar-se" e cujo objectivo era o de alertar os jovens para valores como o do voluntariado no hospital, nas prisões, em África...


Ínicio da Eucaristia presidida pelo Bispo da Diocese da Guarda, D. Manuel da Rocha Felício


A Missa foi celebrada pelas ruas da cidade



Todos os elementos do nosso grupo participaram no atelier organizado pelos missionários da Guard'Africa em que decorreram vários jogos que nos propunham uma reflexão sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio e até, sobre a possibilidade de um dia podermos vir a ser nós os missionários a partir para África. No âmbito do objectivo nº 7 ("assegurar a sustentabilidade ambiental") foi-nos oferecido um pequeno copinho de vidro com algodão e com um feijão, que deveremos criar remetendo, simbolicamente, para as preocupações ambientais que todos devemos assumir.

Quando terminado o atelier, dirigimo-nos para o pavilhão multi-usos, relativamente perto da escola, e no qual se encontrava uma feira em que se podiam obter várias informações sobre voluntariado, escutismo, etc. Entretivémo-nos, sobretudo, a assinar t-shirts oferecidas pela Juventude Hospitaleira, que, de resto, se mostrou muito paciente connosco embora lhe tivéssemos ocupado a bancada durante "montes" de tempo...

T-shirt da Fátima e da Xana =)

As nossas expectativas e, cremos que as de todos, dirigiam-se agora sobre o Festival da Canção Católica que se realizaria por volta das 21.00. Enquanto esperávamos, demos um pequeno passeio pela cidade, tirámos fotografias e rimo-nos muito com os cenários que escolhíamos para as ditas fotos! Imaginação não faltou =)



Por volta das 20.00, e porque um jovem cristão também precisa do seu pão, fomos jantar, aguardando ansiosamente pela chegada do Festival da Canção.

Finalmente, por volta das 21.15, começou então o evento mais aguardado deste Dia Diocesano. Nove foram as canções que concorreram, sabendo que aquela que ficasse em primeiro lugar (classificação atribuída por um júri) representaria a diocese da Guarda em Coimbra, no Festival Nacional da Canção Católica. Também os nossos "vizinhos" Peregrinos de S. Domingos se fizeram anunciar nessa noite com uma música que, como todas as outras, se subordinava ao tema "Testemunha de Ti". O Festival contou ainda com a participação do grupo Anima Christi que se encarregou de entreter a juventude impaciente que aguardava ansiosa pelos resultados do concurso. Por volta da meia noite e perante um público muito exigente, fez-se o anúncio dos três primeiros classificados, sendo que em primeiro lugar ficou uma dupla de duas raparigas da Guarda com o tema "Uma Onda no Mar". Para além dos três primeiros lugares, havia ainda o prémio para melhor intérprete, para melhor letra, para melhor atitude e para melhor claque.



Os apresentadores...


A foto não tem grande qualidade, mas não podíamos deixar de vos apresentar a "mascote" do grupo Anima Christi que para além de "tocar" , fazia questão de acompanhar os colegas nas vozes =)


O grande momento em que foram anuciados os vencedores


De regresso a casa, continuámos muito animados e entre uma canção e outra, lá decorreu a viagem, ainda que no final nos sentíssemos bastante cansados e algo "ensonados". Contudo, temos de frisar que iniciativas destas são de louvar e que, para além de nos darem uma oportunidade de conhecer novos amigos, permitem uma maior aproximação de Jesus e do espírito de amizade e de amor que nos une. Por isso, agradecemos ao Departamento Diocesano da Pastoral Juvenil que em parceria com a Câmara Municipal de Pinhel e com a Empresa Municipal Falcão Cultura e Tempos Livres, se encarregou da organização do encontro.

05/04/2008

“Ide, pois, ensinai todas as gentes (…) Ensinando-as a observar as coisas que vos mandei. Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt. 28, 19-20).



Há dez anos nasceu, sob os alicerces do amor e da fé cristã, o nosso Grupo de Jovens “Discípulos do Mestre”. E passados dez anos, muitos foram os que contribuíram e continuam a contribuir para a unidade do grupo e sua preservação. Assim, pensámos que a criação de um blog onde pudéssemos divulgar o nosso trabalho e as nossas actividades, fosse uma boa forma de comemorar o nosso 10º aniversário.
Hoje em dia, sob a supervisão do nosso “mestre” André participamos entre outros, na realização dos andores da nossa freguesia, em festas para os idosos, e tentamos manter vivas algumas tradições, como sendo a Via-Sacra por altura da Quaresma.
Ainda que muito modestamente, o nosso objectivo é, no fim de contas, o de manter aceso o espírito de união e de amor que Jesus veio ensinar aos homens há vinte séculos atrás e que se mantém vivo até hoje nos corações dos cristãos. Imbuídos pela frase de São Tiago "A fé sem obras é morta. Qual o proveito em dizer que tem fé mas não tem obras?", esforçamo-nos por manter o nosso grupo, à semelhança do que se tem feito nos últimos dez anos.